Por que a Igreja do século XXI faz menos missões do que a do século XIX?
- Um alerta urgente para a Igreja contemporânea
- Diferenças entre as Igrejas dos Séculos XIX e XXI
- 1. Urgência Escatológica x Comodismo Moderno
- 2. Paixão por Almas x Programação Interna
- 3. Mobilização Voluntária x Profissionalização da Missão
- 4. Simples Fé Ativa x Confiança em Recursos
- 5. Testemunho Pessoal x Influência Digital Estéril
- Por Que Temos Tanto, Mas Fazemos Tão Pouco?
- O Que a Igreja Precisa Fazer Urgentemente?
- 1. Redescobrir o propósito central da Igreja: a missão
- 2. Mobilizar todos os membros como embaixadores do Reino
- 3. Equilibrar missões locais e globais com intencionalidade
- Exemplo Inspirador
- Conclusão
- Bibliografia Recomendada
Um alerta urgente para a Igreja contemporânea
Vivemos na era da conectividade, da abundância de informações e do acesso ilimitado à tecnologia. Nunca foi tão fácil comunicar-se, planejar eventos, gravar sermões e alcançar o mundo com apenas alguns cliques. E, mesmo assim, a Igreja do século XXI parece menos evangelística e menos engajada na missão global do que a Igreja do século XIX.
Essa constatação, infelizmente, não é apenas uma impressão. Ela está ancorada em fatos, pesquisas e no próprio testemunho histórico. E diante disso, a pergunta que devemos fazer é: como podemos, como Igreja, recuperar o senso missional que marcou nossos antepassados na fé?
Diferenças entre as Igrejas dos Séculos XIX e XXI
1. Urgência Escatológica x Comodismo Moderno
No século XIX, o cristianismo era fortemente influenciado por uma visão escatológica intensa. A volta de Cristo era esperada com temor e reverência. Hoje, muitas igrejas contemporâneas adotaram um cristianismo terapêutico, focado em bem-estar, sucesso pessoal e estabilidade emocional.
2. Paixão por Almas x Programação Interna
Missionários como William Carey, Hudson Taylor e David Livingstone entregaram suas vidas em terras distantes por amor às almas. Hoje, a maior parte das igrejas dedica mais de 70% do seu orçamento a atividades internas — eventos, reformas, convenções — e menos de 10% ao evangelismo e missões (Fonte: Lausanne Movement, 2023).
3. Mobilização Voluntária x Profissionalização da Missão
Antes, todo crente se via como um agente missionário. Hoje, muitos veem missão como tarefa exclusiva de “profissionais” ou agências. Isso sufoca o envolvimento pessoal.
4. Simples Fé Ativa x Confiança em Recursos
A Igreja do século XIX fazia muito com pouco. Havia fé, oração e paixão. Hoje, temos estrutura, tecnologia, e acesso a plataformas globais — mas nossa confiança às vezes está mais nos meios do que no Deus que envia.
5. Testemunho Pessoal x Influência Digital Estéril
Crentes de séculos passados lideravam escolas, hospitais, causas sociais. Hoje, muitos influenciadores cristãos têm milhares de seguidores, mas pouca influência real fora das redes sociais.
Por Que Temos Tanto, Mas Fazemos Tão Pouco?
“A igreja que não faz missões deixa de ser igreja, porque missão é a sua natureza.” — Emil Brunner
Mesmo com mais ferramentas tecnológicas, a Igreja tem evangelizado menos. Segundo o Barna Group (2022), menos de 30% dos cristãos evangélicos compartilham sua fé regularmente.
Há três causas principais:
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Despriorização da missão na agenda pastoral e eclesiástica
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Falta de discipulado intencional e envio
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Conformismo com a cultura do entretenimento religioso
O Que a Igreja Precisa Fazer Urgentemente?
1. Redescobrir o propósito central da Igreja: a missão
Jesus foi categórico: “Ide por todo o mundo” (Marcos 16.15). Precisamos ensinar isso desde o discipulado inicial, redirecionar recursos e realinhar os cultos para impulsionar o envio de missionários locais e globais.
2. Mobilizar todos os membros como embaixadores do Reino
Evangelismo não é dom de poucos, é o chamado de todos. “Deus nos confiou o ministério da reconciliação” (2 Coríntios 5.18). Líderes precisam capacitar o povo para evangelizar em seus contextos diários: trabalho, escola, vizinhança.
3. Equilibrar missões locais e globais com intencionalidade
Missão começa em “Jerusalém” (nossa cidade), passa por “Judeia e Samaria” (nossa cultura e fronteiras) e chega aos confins da terra (Atos 1.8). Uma igreja equilibrada sustenta missionários, planta igrejas e serve nas causas sociais locais.
Exemplo Inspirador
A Igreja da Rua Azusa, no início do século XX (1906), sem redes sociais, sem microfones e sem estruturas sofisticadas, deu início a um avivamento que espalhou o pentecostalismo para o mundo. Isso nos mostra que não é sobre o que temos nas mãos, mas o quanto temos de Deus no coração.
Conclusão
Um Clamor pela Volta à Missão – A missão da Igreja não pode ser adiada. Não podemos gastar o tempo da graça em festas que não celebram a salvação dos perdidos. A rede está sendo lançada (Mateus 13.47-50). Os peixes estão se mexendo. Cabe a nós pescarmos com fé, zelo e paixão pelas almas.
Ganhe sua casa para Cristo. Pregue no seu trabalho. Plante a Palavra em seu bairro. E contribua para que o Evangelho chegue aos confins da Terra.
Bibliografia Recomendada
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STOTT, John. A Missão Cristã no Mundo Moderno. Ed. Ultimato.
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WRIGHT, Christopher J.H. A Missão de Deus. Ed. Vida Nova.
-
BARNA GROUP. Reviving Evangelism Report, 2022.
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LAUSANNE MOVEMENT. State of the Gospel and Missions, 2023.
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CAREY, William. An Enquiry into the Obligations of Christians to Use Means for the Conversion of the Heathens, 1792.
Autor: Elton Melo
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